A relação entre pais e filhos deve ser construída com base no amor, respeito, cumplicidade, comunicação e compreensão. Sem esses pilares básicos, dificilmente cria-se um ser humano emocionalmente equilibrado, psicologicamente saudável e fisicamente estável para enfrentar os desafios da vida.
Quando o filho chega ao mundo, é comum que surjam questionamentos sobre como criar um ser humano. Afinal, as coisas simplesmente vão acontecendo, de modo que os pais passam a adotar práticas que, inicialmente, são inofensivas; contudo, elas podem se tornar bombas-relógio no futuro.
O fato é que criar um filho não é uma tarefa fácil. Os erros, em sua maioria, são cometidos pois os pais sentem a necessidade de oferecer uma superproteção; ou mesmo pela falta dela. Porém, a maior preocupação é tornar a criança uma pessoa do bem e, claro, feliz.
Você já deve ter percebido que a criação de filhos não vem acompanhada de uma receita de bolo, não é mesmo? Pensando nisso, preparamos este conteúdo para que você saiba quais erros não cometer na educação de seus filhos. Confira!
Mas, afinal, como criar um filho?
Como mencionamos acima, não há uma receita mágica para criar um filho emocionalmente equilibrado. Por isso, é comum que o processo de criação de um ser humano traga uma série de inseguranças aos pais.
A realidade é que criar um filho exige a adoção de atitudes simples, como passar um tempo com a criança durante o dia. Afinal, estar presente fisicamente na vida do pequeno não é suficiente. É preciso, também, brincar, conversar, estudar e ouvir o que ele tem a dizer.
Além disso, é de suma importância que você seja um bom exemplo para o seu filho, visto que a criança absorve as situações do ambiente em que vive. O que você faz é o que o seu filho vai aprender; portanto, preste atenção em suas atitudes e modos.
Outro ponto fundamental é falar com seu filho sobre empatia. Mostre a ele que se importar com a felicidade alheia pode render muito frutos a sua própria vida, e que não é nada benéfico ser egoísta.
10 erros para não cometer na criação de filhos
Se você é mãe ou pai de primeira viagem, já deve ter recebido uma série de conselhos dos familiares sobre como criar filhos, certo? É claro que ouvir pessoas experientes pode facilitar este processo, mas é fundamental filtrar o que funciona e o que é prejudicial.
Nesse caso, uma boa dica é recorrer a um psicólogo ou terapeuta, haja vista que esses profissionais podem contribuir para o desenvolvimento emocional e psicológico dos pais, bem como para o da criança.
1. Gritar o tempo todo e agir por impulso
Mostrar autoridade em excesso é extremamente prejudicial à criança. Por isso, evite agir de maneira impulsiva e não baseie os diálogos entre vocês em gritos. Uma pessoa que cresce com receio de receber gritos, castigos ou ameaças torna-se um ser humano desconfiado.
Além disso, quando a educação é baseada na autoridade conquistada por gritos e ameaças, ela trará o efeito desejado apenas por alguns anos. Quando a criança crescer e perder o medo, perderá também o respeito.
Ao invés de gritar, experimente sempre conversar. Tente explicar as coisas à criança desde o momento que ela começar a entender o que é certo e errado, a fim de fazer com que ela saiba o que pode ou não fazer.
2. Ser egoísta com o seu tempo
Se você não consegue separar um momento do seu dia para realizar atividades com o seu filho, não se surpreenda caso ele faça birra ou tenha ataques por qualquer motivo. Afinal, é assim que ele poderá chamar a sua atenção.
Não é incomum que durante o nosso tempo livre, usufruamos este momento nas redes sociais ou em conversas com amigos. Com isso, o seu filho irá perceber que a única forma de chamar a sua atenção é gritando, chorando ou incomodando uma outra pessoa.
Sendo assim, tire um tempo do seu dia para brincar com o seu filho, conversar e perguntar como foi o dia dele. Essa troca é fundamental para que ele se sinta amado, respeitado e valorizado.
3. Não oferecer liberdade
Quando pais não deixam seus filhos pequenos comerem sozinhos com medo dos mesmos sujarem suas roupas? Ou mães e pais que preparam o prato do filho de 15 anos? Há também casos em que os pais não deixam os filhos contribuírem para não ‘’fazer errado’’.
É importante ressaltar que cada pessoa nasce com características únicas e especiais, e com seus filhos não é diferente. Ao não permitir que a criança tome suas próprias atitudes e não lhe auxilie, você está desencadeando, aos poucos, a insegurança.
De maneira geral, a criança pode vir a ser uma pessoa tímida e indecisa, visto que aprendeu a não fazer coisas pois foi julgada incapaz.
4. Comparar seu filho com outras crianças
A frase ‘’por que você não é como fulano?’’ é uma técnica muito utilizada pelos pais para mostrar a criança como ela deve se comportar. Embora isso funcione em dado momento, segundo a psique infantil, você estará desenvolvendo uma personalidade ciumenta, que não aceitará comparações futuras.
Então, ao invés de comparar seu filho a outras crianças, que tal elogiar boas atitudes? Com isso, ele saberá que é capaz de fazer coisas positivas, não apenas os outros. Quando a criança se comportar de forma imprópria, lembre-a que ela não é daquela maneira.
5. Não deixar que a criança se conheça
Talvez você pense que o autoconhecimento é uma habilidade desenvolvida apenas por adultos. Muito pelo contrário: é fundamental que a criança compreenda suas emoções, seus gostos e necessidades.
Há pais que impõem o seu gosto musical para a criança, alegando que apenas este estilo de música pode ser levado em consideração. Há aqueles que dizem que apenas determinado time de futebol é bom, obrigando a todos a torcerem pelo mesmo time.
Porém, quando a criança demonstra afeto por um outro estilo musical ou time de futebol, o pai ou a mãe deixam claro que tal ato é inaceitável. Uma vez que você impõe seus gostos em tudo, acabará criando um ser inseguro e complexo.
Além disso, quando o seu filho alcançar a maioridade, ele se sentirá esquisito ao se deparar com um mundo repleto de pessoas com gostos e interesses diferentes. Não há problema algum em apresentar seus hobbies para o seu filho, desde que isto não seja feito de forma autoritária.
Desse modo, é fundamental que você dê liberdade ao seu filho para escolher a própria roupa, por exemplo. Para ajudá-lo, coloque à disposição 3 opções, dizendo-o para escolher uma. Permita que ele opine, ria, cante, decida e escolha o que quiser.
6. Dar mau exemplo
Outro erro muito cometido pelos pais - ainda que involuntariamente - é dar mau exemplo. É importante lembrar que um bom exemplo é dado com atitudes, e não com palavras. Se o seu filho for agressivo, olhe-se no espelho e identifique a causa desta característica.
O ideal é que você sempre observe suas atitudes com demais amigos e parentes, a fim de identificar alguma ação que possa gerar um efeito negativo sobre a criança. Se o pequeno adotar comportamentos incomuns, é muito provável que alguém esteja dando o exemplo.
7. Brigar em público
Quando você briga em público com o pequeno, faz com que o mesmo se sinta humilhado e envergonhado, colocando-o em desvantagem em relação a você e aos demais. Ele pode, inclusive, sentir que é inferior aqueles que acompanham a cena.
É por isso que, quando uma criança entra em conflito com outra da mesma faixa etária, nunca sabe como se defender ou agir, esperando sempre a reação de um adulto para contornar a situação. Como está acostumada a ser humilhada, aceitará o fato com facilidade.
8. Não levar em consideração os sentimentos da criança
‘’Deixe de ser chorão'', ‘’Você chora por tudo’’ ou ‘’Não seja exagerado’’ são frases que muitos pais usam para apaziguar um momento conturbado da criança. Trata-se de forma mais fácil de agir diante de sentimentos infantis, mas certamente não é a ideal.
De maneira geral, essas frases demonstram que você não tem nenhum tipo de respeito com o sentimento do seu filho, muito menos pela forma que ele se sente.
Quando uma criança adota um determinado comportamento, está expressando a maneira como se sente, haja vista que ainda está aprendendo. Por isso, em vez de criticá-la, converse e analise como você pode ajudá-la.
Tente sempre descobrir o que a birra, o choro e as reclamações escondem. Assim, você demonstrará que se importa com os sentimentos do seu filho. Do contrário, a criança não terá nenhum respeito por você e pelos mais velhos.
Lembre-se que você é o adulto da relação, então deve possuir a capacidade de solucionar conflitos, ser empático e contribuir para o desenvolvimento emocional e psicológico do seu filho.
9. Reclamar demais
Você sabia que criar os seus filhos em ambientes hostis pode torná-los adultos mentirosos? Construir o relacionamento com as crianças com base em reclamações, cobranças excessivas e pressões pode fazer com que elas mintam para não serem castigadas.
Sendo assim, tente encontrar uma maneira de contornar situações que lhe causaram desconforto, a fim de evitar brigas e castigos.
10. Não impor limites
Por fim, o ponto fundamental para a criação de filhos é o equilíbrio. É preciso encontrar um ponto no meio do caminho para educá-los de maneira adequada, sem controlar demais ou oferecer muita liberdade.
Dito isto, encontre um meio-termo para não permitir tudo. Alguns pais não querem ser vistos como ‘’malvados’’ nem querem magoar os filhos, então evitam impor limites para não magoá-los.
Uma vez que você não ensina a criança, estará criando alguém que não saberá quais valores são aceitáveis e quais não são. Normalmente, filhos de pais muito permissivos não sabem respeitar os outros, pois não o ensinaram como fazer.
Portanto, ensine e imponha limites. De maneira respeitosa e cuidadosa, é possível, sim, mostrar o que é certo e errado.
Conclusão
Embora tenhamos listado uma série de erros que você não pode cometer, é importante ressaltar que cada caso é único e nenhuma sugestão envolve todos os pais. Afinal, somos seres únicos e especiais.
Por essas e outras razões, se você perceber que está tomando atitudes similares às mencionadas, procure a ajuda de um profissional, mais precisamente de um psicólogo ou terapeuta; converse também com os professores do seu filho ou com o pedagogo do colégio.
Dessa forma, você encontrará um equilíbrio entre o que pode ser saudável para a educação do seu filho e o que não, de modo a criá-lo com limites impostos, e, ao mesmo tempo, com liberdade para ser quem deseja ser.
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